domingo, 16 de outubro de 2011

Ressuscitação cardiopulmonar em crianças, protocolo sofrerá alterações.

Ressuscitação cardiopulmonar em crianças priorizam circulaçãoDe acordo com a American Heart Association (AHA), 92% das vítimas de parada cardiorrespiratória repentina morrem antes de chegar ao hospital. Caso recebessem os cuidados de emergência, sua chance de sobreviver seria duplicada e em alguns casos triplicada.
A AHA define diretrizes de ressuscitação e elas são atualizadas de 5 em 5 anos. Em 2010, após 3 anos de debates, a AHA incluiu, além de alterações na reanimação de parada cardiorrespiratória em adultos, medidas específicas para cada faixa etária pediátrica, do recém-nascido ao adolescente.

De acordo com a Dra. Amparito V. Castro e a Mestre Ana Paula Almeida, enfermeiras do Serviço de Educação Permanente do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas, cada componente da equipe deve ter plena consciência de suas atribuições na ressuscitação.

Rapidez, exatidão e controle emocional são essenciais, tanto nas unidades de cuidados intensivos quanto na assistência de outras áreas. De acordo com Amparito, “quando acontece uma parada cardiorrespiratória, há muito estresse e se o profissional não estiver capacitado, há perda de tempo, sofrimento da criança e em alguns casos pode haver sequelas neurológicas, e até a morte”.

Ressuscitação para crianças

De acordo com Petrovane Morais de Torres, especialista em Cuidados Intensivos e em Emergência à Criança e ao Adolescente, “no caso das crianças, você tem de levar em consideração a dimensão corporal e a fragilidade óssea. Isso requer cuidado especial na ressuscitação, principalmente nas compressões torácicas”.

A principal mudança das diretrizes da AHA em pediatria foi na ordem da sequência de A-B-C (via aérea, respiração, compressões torácicas) para C-A-B (compressões torácicas, via aérea, respiração). A mudança dinamiza o socorro e prioriza a circulação. Antes perdia-se muito tempo na abertura das vias aéreas comprometendo o sistema neurológico por falta de sangue nos tecidos. “As compressões são primordiais para a ressuscitação cardiopulmonar”, afirma Petrovane. “Houve essas mudanças nas diretrizes, porque pouco era feito por uma criança em parada cardiorrespiratória no ambiente extra hospitalar. Havia dúvidas de como atuar”.

As vítimas de PCR pediátrica aumentam a probabilidade de vida quando as manobras de ressuscitação cardiopulmonar são eficazes e priorizam a circulação. O primeiro ciclo de 30 compressões torácicas durará aproximadamente 18 segundos. Quando dois socorristas estiverem presentes para a ressuscitação do bebê ou da criança o atraso será ainda menor.

Os enfermeiros geralmente têm preparo para cuidados em parada cardiorrespiratória em adultos. O profissional que se sente despreparado para atender crianças deve procurar um curso específico que o habilite a este atendimento. Cursos de pós-graduação em urgência e emergência incluem ressuscitação de acordo com os parâmetros da AHA.

Fonte: COREN-SP
 

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