segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Tratamento para a aids deve ser iniciado imediatamente após a descoberta da doença, diz pesquisa.

Geralmente antirretrovirais são dados somente para pacientes que apresentam queda na quantidade de células de defesa e aumento do vírus no sangue.

Modelo tridimensional do vírus da aids

Segundo um estudo publicado no periódico Journal of Infectious Diseases, é preferível que uma pessoa infectada pelo vírus HIV comece a ser tratada com os antirretrovirais imediatamente após ter a doença detectada. Atualmente, os medicamentos anitrretrovirais são indicados somente para pacientes que apresentam apresentam uma queda acentuada das céluas de defesa e, ao mesmo tempo, aumento da quantidade de vírus no sangue.

Opinião do especialista

Ricardo Shobbie Diaz
Médico infectologista da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)

"Essa discussão sobre o melhor momento de o paciente receber o antirretroviral é a mais atual que existe. Diretrizes de saúde de alguns países, como dos Estados Unidos, já recomendam o tratamento imediato para todos os infectados pelo vírus HIV.
A tendência dos países desenvolvidos é oferecer antirretrovirais para todos os soropositivos. Os especialistas estão se convencendo de que a medicação faria mais bem do que mal. Mas nem todos os países poderiam fazer isso, já que haveria um alto custo para isso.
Não sabemos o que os antirretrovirais a longo prazo podem causar no organismo do paciente. A resposta poderá vir com os resultados de um grande estudo do National Institutes of Health (NIH) sobre o assunto que está sendo feito em todo o mundo.
Pesquisadores da Faculdade de Medicina de Wisconsin, nos Estados Unidos acompanharam 130 homens e mulheres não grávidas, de pelo menos 18 anos de idade, que foram infectados pelo vírus HIV pelo menos seis meses antes do início do estudo. Eles nunca haviam sido tratados com antirretrovirais antes. Os voluntários foram divididos em dois grupos: um recebeu tratamento imediato por 36 semanas seguidas, e o outro não recebeu os medicamentos imediatamente.
Após 72 semanas, foram analisadas as características do sangue dos voluntários. O estudo observou os resultados foram melhores no grupo que recebeu tratamento imediato. O outro grupo, por outro lado, apresentou maior rapidez e maiores taxas de progresão da doença. Metade dos participantes desse grupo necessitou de tratamentos por razões médicas após 18 meses.
"Quando o tratamento com antirretrovirais não é imediato, a progressão da doença pode ocorrer antes do esperado. Além disso, pacientes que receberam tratamento imediato mostraram estar protegidos tanto durante o tratamento quanto pelos meses que se seguiram depois de que ele foi interrompido", afirma Christine Hogan, pesquisadora da Faculdade de Medicina de Wisconsin coordenadora da pesquisa.
Embora a aplicação de antirretrovirais logo após a descoberta da doença tenha apresentado resultados promissores, seus benefícios não foram comprovados ainda. Também são desconhecidos os prejuízos a longo prazo. Mas, segundo os pesquisadores, o estudo demonstrou que o tratamento não provocou danos significativos ao paciente, tanto em relação à toxicidade da droga quanto ao surgimento de resistência do vírus HIV aos remédios.
Além disso, a pesquisa concluiu que tratar os pacientes por 36 semanas seguidas pode retardar a necessidade de retomar o tratamento pouco tempo depois. Assim, o indivíduo será menos exposto ao acúmulo da droga ao longo da vida.
FONTE:REVISTA VEJA ON LINE.

Nenhum comentário:

Postar um comentário